O MÉDICO-FANTASMA
Esta história tem sido contada de pai para
filho na cidade de Belém do Pará. Tudo começou numa noite de lua cheia de um
sábado de verão. Dois garotos conversavam sentados na varanda da casa de um
deles.
– Você acredita em fantasma? – perguntou o
mais novo.
– Eu não! – disse o outro.
– Acredita sim! – insistiu o mais novo.
– Pode apostar que não – replicou o outro.
– Tudo bem. Aposto minha bola de futebol
que você não tem coragem de entrar no cemitério à noite.
– Ah, é? – disse o garoto que fora
desafiado. – Pois então vamos já para o cemitério, que vou provar minha
coragem.
Assim, os dois garotos foram até a rua do
cemitério. O portão estava fechado. O silêncio era profundo. Estava tão escuro…
Eles começaram a sentir medo.
Para ganhar a aposta, era preciso
atravessar a rua e bater a mão no portão do cemitério. O garoto que tinha
topado o desafio correu. Parou na frente do portão e começou a fazer caretas
para o amigo. Depois se encostou no portão e tentou bater a mão nele. Foi
quando percebeu que a camiseta estava presa.
– Socorro! Alguém me ajude!- ele gritou,
desmaiando em seguida.
Nisso, apareceu um velhinho vindo do fundo
do cemitério, abriu o portão e chamou o outro menino.
– Seu amigo prendeu a manga da camisa no
portão e desmaiou de medo. Coitadinho pensou que algum fantasma o estivesse
segurando.
O garoto reparou que o velhinho era muito
magro, quase transparente.
– Obrigado. Como é que o senhor se chama?
– Eu sou o médico daqui. Vou acordar seu
amigo.
O velhinho passou a mão na cabeça do menino
desmaiado e ele despertou no mesmo instante.
– Vão para casa meus filhos -– ele disse. –
Já passou da hora de dormir.
No dia seguinte, os meninos foram procurar
o velhinho para agradecer-lhe a ajuda. Mas não o encontraram, nem no cemitério,
nem em lugar nenhum. E foi assim que ambos perderam o medo de fantasma, quando
perceberam que nem todos os seres misteriosos fazem o mal. Pelo contrário,
podem até ajudar. Como aquele médico, que nunca mais apareceu.
PRIETO,
Heloisa. Lá vem história outra vez – Contos do folclore mundial. São Paulo:
Companhia das letrinhas, 1997.
1) Qual é o título
do texto? E qual é o tema?
2) Esse é um texto
narrativo, informativo, ou descritivo?
3) Quantos e quais
são os personagens do texto?
4) Quem é o autor
do texto?
5) Quantos
parágrafos tem o texto?
6) Se algum amigo
seu te desafiasse assim como no texto, você aceitaria? Justifique sua resposta.
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